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EQUÍVOCOS NA PRESCRIÇÃO DE COMPOSTOS DE (...)

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ARTIGOS DE OPINIÃO: Equívocos na Prescrição de Compostos de Plantas Medicinais.
 

Por Luiz Cesarino Alves

Farmacêutico Pós-graduado em Acupuntura

    É comum encontrar a venda em feiras populares no Brasil diversas fórmulas e compostos de plantas medicinais para tratamento e cura de quase todas as doenças. Quem nunca viu aquele composto de 7 ervas ou um composto de 21 ervas comercializado numa feira? O que o público leigo desconhece, é que esses compostos não possuem validação da ciência garantindo qualidade, segurança e eficácia terapêutica e tampouco são considerados medicamentos conforme a legislação Brasileira. É até razoável compreender o comércio desses produtos em feiras, considerando as nossas tradições e a nossa cultura popular. O que não é razoável é a prescrição de compostos de plantas medicinais sem 

Farmacêutico Acupunturista

validação da ciência por profissionais de saúde.

    O Profissional de saúde quando prescreve uma planta medicinal na forma de chá ou na forma de um fitoterápico é preciso garantir a segurança e a eficácia do tratamento e ter a obrigação e a responsabilidade de conhecer todos os efeitos da planta ou do medicamento que está sendo prescrito: tempo de uso, contraindicações, efeitos adversos, interações com medicamentos, interações com alimentos, dosagem, ajustes de dose, intervalo de dose e orientações e recomendações em casos de ocorrências de superdosagem acidental, no intuito de proporcionar total segurança no cuidado ao paciente e uma melhor resposta terapêutica ao tratamento.

    Quando uma pessoa procura a assistência em saúde com um profissional habilitado, espera no mínimo que o seu tratamento seja pautado nas melhores evidências científicas. As pessoas não podem ser submetidas a tratamentos experimentais que não seja exclusivamente por meio de pesquisas clínicas, onde o paciente é devidamente informado dos riscos e constantemente acompanhado e monitorado por profissionais de saúde, além de autorizar todos os procedimentos realizados por escrito em um documento conhecido por TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

   É um equivoco e uma enorme irresponsabilidade, os profissionais de saúde que prescrevem compostos manipulados de plantas medicinais embasado em experiências empíricas, intuitivas ou na cultura e conhecimento popular. Caso o profissional de saúde tenha interesse de prescrever um determinado composto de plantas medicinais, é necessário averiguar se a sua formulação foi validada por alguma pesquisa clínica relevante e publicada em revista científica ou em alguma farmacopeia oficialmente reconhecida, no objetivo de embasar a sua decisão clínica de prescrição.

  Na prescrição de medicamentos fitoterápicos ou de plantas medicinais, o primeiro fator a considerar é a segurança do paciente. O profissional de saúde não pode esquecer que a sua atividade profissional envolve responsabilidades ética, civil e criminal em tudo que faz e caso uma prescrição equivocada provoque algum dano ao paciente, o profissional vai responder por isso.

   Quanto à questão da prescrição de compostos de plantas medicinais, é inegável o poder da sinergia (ação conjunta) em compostos de plantas medicinais, entretanto isso não pode servir de embasamento para a prescrição de compostos sem a devida comprovação de segurança e eficácia terapêutica através de pesquisas clínicas. A obrigação de todo profissional de saúde que prescreve medicamentos com plantas medicinais é realizar as suas prescrições baseadas em ciência, com responsabilidade e ética, exercendo suas atividades profissionais sempre pautadas nas melhores evidências científicas, proporcionando desta forma mais saúde e qualidade de vida a quem precisa.

ALVES, L. C. C. Equívocos na Prescrição de Compostos de Plantas Medicinais: farmacêutico.com, 2019

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