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PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERAPIA

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Farmacêutico, farmaceutico, homeopata, Brasília
Imagem meramente ilustrativa

BREVE HISTÓRICO DAS PLANTAS MEDICINAIS: BRASIL

   NO BRASIL - Pioneiros europeus que se aventuraram pelo Novo Mundo aprenderam com os povos nativos sobre os remédios de plantas indígenas e seus usos. No séc. XVI, o Jesuíta José de Anchieta foi o primeiro boticário de Piratininga, atual cidade de São Paulo. O comércio das drogas e medicamentos era privativo dos boticários, conforme constava nas “ORDENAÇÕES” - conjunto de leis portuguesas que regeram o Brasil durante todo o período colonial.

   Em 1640, as Boticas foram autorizadas como comércio. Em 1765, a cidade de São Paulo tinha três boticários. A Real Botica de São Paulo foi a primeira farmácia oficial da cidade. Os medicamentos eram, na sua grande maioria, plantas medicinais: rosa (Rosa sp), sene (Cassia angustifolia), manacá (Brunfelsia uniflora), ipeca (Psychotria ipecacuanha) e copaíba (Copaifera langsdorffii).

   No ano de 1801, a administração da capitania da Bahia recebeu do príncipe regente, através de Dom Rodrigo de Souza Coutinho, instruções para a ampliação do Real Jardim Botânico. A necessidade de expansão da botânica também foi mencionada por Coutinho, que pediu a colaboração dos administradores coloniais para a publicação de uma “Flora Completa e Geral do Brasil, e de todos os vastos domínios de Sua Alteza Real”. As instruções ressaltavam que algum herborista ou jardineiro, conhecedor da natureza local, deveria formar uma coleção de sementes secas de todas as plantas da capitania, as quais seriam remetidas ao diretor do Jardim Botânico da Ajuda, em Portugal, com um catálogo sobre as mesmas; tratavam também da conservação das amostras a serem enviadas: deveriam ser remetidas ainda conservadas e, quando possível, com a apresentação dos nomes pelos quais eram conhecidas nos locais onde haviam sido coletadas. Tais dados deveriam ser enviados anualmente (SANTOS, 2008).

   Em 1812, Dom João VI novamente promoveu ações de fomento das ciências naturais, que, na perspectiva do “espírito das Luzes”, poderiam contribuir para o aperfeiçoamento da humanidade. Propunha-se que sábios viajassem por diferentes partes do Brasil e escrevessem sobre as possibilidades da natureza brasileira. Desse modo, uma brigada de engenheiros naturalistas exploraria tais preciosidades.

   Uma das primeiras publicações sobre plantas medicinais brasileiras é a “FLORA FLUMINENSIS”, de FREI VELLOSO (1741 – 1811). O trabalho mais significativo dessa época é de VON MARTIUS (1794 – 1868), editor da “FLORA BRASILIENSIS”, a mais completa obra botânica publicada no país, até então: o livro “SYSTEMA MATERIAE MEDICAE VEGETABILIS BRASILIENSIS”, de 1843, que apresenta as virtudes medicinais das plantas brasileiras.

   Em 1838, o farmacêutico Ezequiel Correia dos Santos realizou o isolamento do princípio ativo (alcaloide pereirinha) da casca do pau-pereira (Geissospermum vellosii), usado tradicionalmente para febres e malária. Atualmente, há estudos em curso sobre o uso das substâncias ativas do pau-pereira para tratamento da doença de Alzheimer.

   Em 1926, foi publicada a 1ª Farmacopeia Brasileira, de Rodolpho Albino Dias da Silva, chamada de “Farmacopéia Verde”, com 183 espécies de plantas medicinais brasileiras, contendo descrições macro e microscópicas das drogas.

   A partir de meados da década de 1940, a indústria de quimiossíntese farmacêutica passou a dominar a produção de medicamentos e a área de plantas medicinais passou por um progressivo declínio até próximo ao início do novo milênio. Só então, nas duas últimas décadas e seguindo tendências mundiais, o Brasil voltou a valorizar sua flora como fonte inestimável de novas moléculas com atividade biológica e medicamentos fitoterápicos. Atualmente, as plantas medicinais e fitoterápicos não são mais considerados apenas terapia alternativa, mas sim uma forma sistêmica e racional de compreender e abordar os fenômenos envolvidos nas questões da saúde e da qualidade de vida.

 

   O consumo de plantas medicinais, com base na tradição familiar, tornou-se prática generalizada na medicina popular. Atualmente, muitos fatores têm contribuído para o aumento da utilização deste recurso, entre eles, os efeitos colaterais decorrentes do uso crônico dos medicamentos industrializados, o difícil acesso da população à assistência médica, bem como a tendência ao uso da medicina integrativa e abordagens holísticas dos conceitos de saúde e bem-estar.
 

Fonte
Cartilha de Plantas Medicinais e Fitoterápicos do Conselho Regional de Farmácia do estado de São  Paulo.

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